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Ilya Repin: Leo Tolstoy Barefoot, 1901
The Russian Museum
“Eu secava no quarto e, fazendo uma volta, aproximei-me do divã e não podia me lembrar se o havia secado ou não. Como esses movimentos são habituais e inconscientes, não me lembrava e sentia que já era impossível fazê-lo. Então, se sequei ou me esqueci, isto é, se agi inconscientemente, era exatamente como se não o tivesse feito. Se alguém conscientemente me tivesse visto, poder-se-ia reconstruir o gesto. Mas se ninguém o viu ou se o viu inconscientemente, se toda a vida complexa de muita gente se desenrola inconscientemente, então é como se esta vida não tivesse sido.” (Nota do Diário de Leon Tolstoi de 28 de fevereiro, 1987.)
Assim a vida desaparecia, se transformava em nada. A automatização engole os objetos, os hábitos, os móveis, a mulher e o medo à guerra.
“Se toda a vida complexa de muita gente se desenrola inconscientemente, então é como se esta vida não tivesse sido.”